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Progresso Estagnado Apesar de Décadas de Esforços

Quase três em cada dez brasileiros entre 15 e 64 anos—aproximadamente 29%—continuam sendo funcionalmente analfabetos, um número que não mudou desde 2018.

Essa descoberta vem de um estudo recente da Ação Educativa e do Conhecimento Social, que entrevistou mais de 2.500 pessoas em todas as regiões entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

Para o Brasil, esse número estático marca uma parada preocupante após anos de melhorias: a iliteracia funcional caiu de forma constante entre 2001 e 2009 e depois se estabilizou, para subir novamente em 2018, onde permanece até hoje.

🔢 O Que os Números Revelam

Essa taxa persistente significa que uma parte significativa de adultos e jovens só consegue ler palavras simples ou identificar números familiares.

Eles frequentemente enfrentam dificuldades com tarefas cotidianas que exigem ler mais do que uma frase curta ou resolver problemas matemáticos básicos.

Seja no campo ou na cidade, no norte ou no sul, esse é um problema disseminado.

O estudo também aponta um gap preocupante: o problema não está se resolvendo sozinho, e qualquer impulso anterior em direção à melhoria foi estagnado nos últimos anos.

Dividindo os dados, a pesquisa encontrou uma taxa particularmente alta de iliteracia entre adultos mais velhos.

Para aqueles com 50 anos ou mais, mais da metade é considerada funcionalmente analfabeta.

Em contraste, a maioria dos jovens (84% das pessoas entre 15 e 29 anos) apresenta habilidades de leitura e matemática mais fortes, sugerindo que algumas políticas educacionais ajudaram a aumentar a alfabetização nas gerações mais jovens.

🌍 Impacto Mais Abrangente

Esses números representam mais do que estatísticas—eles destacam desafios sociais e econômicos para milhões.

A baixa alfabetização retarda indivíduos e comunidades, tornando mais difícil o acesso a empregos, informações e serviços que muitos consideram garantidos.

Superar essa lacuna é mais importante do que nunca, especialmente à medida que a tecnologia e a informação se tornam centrais na vida cotidiana.

A seguir, exploraremos o que realmente significa ser funcionalmente analfabeto—e como esses níveis são medidos em todo o Brasil.

📖 Entendendo a Iliteracia Funcional: Definições e Níveis

❓ O Que Significa Iliteracia Funcional?

Iliteracia funcional não se trata apenas de ser incapaz de ler ou escrever completamente.

No Brasil, o termo descreve pessoas que só conseguem reconhecer palavras únicas, frases curtas ou números familiares—como endereços de rua ou números de telefone.

Embora consigam realizar tarefas simples, elas têm dificuldades com qualquer coisa mais exigente, como ler um horário de ônibus ou preencher um formulário.

🔢 Dividindo a Escala de Alfabetização

 
Nível Descrição
🚫 Analfabeto Não sabe ler ou escrever, ou reconhece apenas o próprio nome e alguns sinais familiares.
🔤 Rudimentar Lê palavras ou frases muito simples; reconhece números básicos.
📖 Elementar Compreende textos curtos e realiza aritmética simples com números pequenos.
📚 Intermediário Interpreta textos variados, identifica detalhes importantes e resolve proporções e porcentagens.
🧠 Proficiente Lê e produz textos complexos, interpreta gráficos e resolve problemas de múltiplas etapas com autonomia.

⚠️ Por Que Esses Níveis Importam?

Agrupar as habilidades de leitura e numeramento nesses níveis facilita a compreensão sobre quem precisa de mais apoio e que tipo de ajuda é mais urgente.

Também destaca o quanto da população adulta corre o risco de ficar de fora das oportunidades na escola, no trabalho e na vida cívica.

Identificar esses níveis traz uma imagem mais clara de quem está enfrentando dificuldades e fornece uma base sólida para que formuladores de políticas e educadores ajam com estratégias mais focadas.

Esse entendimento prepara o terreno para aprofundar a análise de como esses desafios se manifestam em diferentes faixas etárias e contextos.

👵 Desigualdades Etárias nas Taxas de Alfabetização

👶 Uma Análise Mais Detalhada das Lacunas Geracionais

Ao examinar a alfabetização no Brasil, a idade se destaca como um fator definidor. Os números revelam uma divisão marcante entre as gerações.

Mais da metade—51%—dos brasileiros com 50 anos ou mais são funcionalmente analfabetos.

Eles têm dificuldades até para ler frases curtas ou identificar números familiares, tornando as tarefas cotidianas desafiadoras.

Esse alto nível de iliteracia funcional entre os adultos mais velhos reflete as realidades educacionais do país de décadas atrás, quando o acesso à educação formal era muito mais limitado do que é hoje.

👧 Progresso Entre os Jovens

Em contraste com os mais velhos, a situação melhora quando olhamos para os brasileiros mais jovens.

As pessoas de 15 a 29 anos são dramaticamente mais alfabetizadas: 84% são consideradas funcionalmente alfabetizadas, o que significa que têm habilidades básicas para navegar pela maioria das informações diárias escritas e tarefas simples de numeramento.

Aqueles de 30 a 39 anos também se saem relativamente bem, com 78% alcançando a alfabetização funcional.

Esse progresso entre os jovens não é por acaso. É o resultado claro das políticas educacionais inclusivas e dos programas de acesso escolar introduzidos nos últimos 20 anos.

Essas políticas mostraram o impacto positivo do investimento em educação em massa e esforços direcionados à alfabetização.

💔 Desafios Persistentes

Mesmo com esses ganhos, a lacuna entre as gerações é um lembrete de que o progresso pode ser desigual, e que as conquistas educacionais precisam ser sustentadas.

Muitos adultos mais velhos ainda enfrentam obstáculos diários criados pela leitura e habilidades numéricas limitadas.

Essas divisões destacam a importância de não apenas manter os ganhos para os jovens, mas também desenvolver soluções que apoiem os aprendizes adultos ao longo da vida.

Com esse entendimento, é importante também considerar como a raça e o gênero moldam ainda mais as experiências de alfabetização em todo o Brasil.

Desigualdades Raciais e de Gênero na Alfabetização

🌍 Lacunas Persistentes Entre os Grupos Raciais

As taxas de alfabetização no Brasil revelam divisões acentuadas quando olhamos para a raça.

O recente estudo nacional mostra que 41% dos brasileiros brancos alcançam alfabetização consolidada.

Isso significa que atingem os níveis intermediário ou proficiente na escala de alfabetização.

No entanto, apenas 31% dos brasileiros negros e pardos conseguem fazer o mesmo.

Ainda mais preocupante, entre os grupos asiáticos e indígenas, apenas 19% alcançam esses níveis avançados de alfabetização, destacando as profundas desigualdades que persistem ao longo das gerações e geograficamente.

Essas lacunas refletem barreiras históricas, sociais e econômicas que impedem muitas comunidades de acessar uma educação de qualidade.

As disparidades nos recursos educacionais, discriminação persistente e diferenças na infraestrutura escolar desempenham um papel importante.

Como resultado, essas comunidades têm menos chances de desenvolver habilidades avançadas de leitura, escrita e matemática necessárias para a vida diária e ambientes profissionais.

👩‍🏫 Diferenças de Gênero no Desempenho de Alfabetização

O gênero também influencia os resultados de alfabetização no Brasil.

As mulheres se saem melhor que os homens, com 73% das mulheres classificadas como funcionalmente alfabetizadas, em comparação com 69% dos homens. Esse padrão tem sido consistente nos últimos anos.

Fatores sociais podem contribuir para isso: as jovens hoje tendem a completar mais anos de educação, e em muitas regiões, elas estão mais envolvidas com o trabalho escolar.

No entanto, é importante observar que essa vantagem não é suficiente para fechar a lacuna geral na alfabetização consolidada, especialmente quando combinada com os efeitos das disparidades raciais.

💡 Superando Essas Desigualdades

Abordar essas desigualdades sobrepostas na alfabetização exigirá novas políticas e esforços direcionados.

Mudanças reais exigem investimentos escolares mais equitativos, treinamento de professores e sistemas de apoio em comunidades marginalizadas.

Somente assim o Brasil poderá reduzir a iliteracia funcional para todos e avançar para um futuro mais brilhante e inclusivo.

🇧🇷 Iniciativas Governamentais para Enfrentar o Desafio

📚 Enfrentando a Iliteracia Funcional Através de Programas Nacionais

O governo brasileiro tem intensificado seus esforços para combater a iliteracia funcional com programas nacionais ousados.

Em março de 2025, o Ministério da Educação lançou o Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens.

Esta iniciativa visa impulsionar a educação básica, oferecendo suporte técnico e financeiro às escolas.

Seu foco é ajudar os alunos a atingir padrões essenciais de aprendizagem e minimizar os retrocessos causados por emergências, como crises de saúde pública ou desastres naturais.

O programa trabalha em conjunto com outros projetos, como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e a Escola em Tempo Integral, com foco em diferentes faixas etárias de escolares em todo o país.

👨‍🎓 O Pacto EJA: Investimento Direcionado para a Alfabetização

Reconhecendo o desafio mais profundo do analfabetismo adulto, o governo também lançou o Pacto EJA (Educação de Jovens e Adultos) em 2024.

Esta iniciativa foca na juventude e nos adultos que perderam a educação formal, comprometendo R$4 bilhões até 2026.

O objetivo é aumentar a matrícula no sistema de educação de jovens e adultos do país e apoiar aqueles em circunstâncias especiais, como estudantes no sistema prisional.

No entanto, a atual agenda de políticas ainda se baseia principalmente na educação básica.

Embora essas ações sejam promissoras, existe uma crescente percepção de que são necessárias estratégias mais específicas para adultos com mais de 40 anos, um grupo especialmente afetado pela iliteracia funcional.

💪 Seguindo em Frente: Desafios e Oportunidades

Apesar de anos de progresso, cerca de 29% dos brasileiros entre 15 e 64 anos ainda são funcionalmente analfabetos, um nível que não mudou desde 2018.

O estudo nacional recente destaca a necessidade urgente de investimentos contínuos em educação de alfabetização e numeramento em toda a população.

O desafio é profundo: enquanto muitos jovens se beneficiaram das políticas de inclusão escolar, o desenvolvimento de habilidades agora também precisa atingir os adultos—especialmente aqueles que já não estão mais na escola e são mais afetados pela iliteracia funcional, como adultos acima de 40 anos.

📉 Enfrentando a Estagnação com Abordagens Direcionadas

Por mais de uma década, a taxa de iliteracia funcional no Brasil havia diminuído.

No entanto, desde 2009, o progresso estagnou, e as taxas recentes chegaram até a subir novamente para 29%.

Essa estagnação exige intervenções criativas e focadas.

As políticas devem ir além das salas de aula, envolvendo aprendizes fora da escola por meio de centros de educação para adultos, programas móveis ou parcerias com o local de trabalho.

Especial atenção deve ser dada às necessidades únicas dos adultos.

Muitos podem ter empregos ou responsabilidades familiares e não conseguem frequentar aulas convencionais.

Programas adaptados à rotina e experiências dos adultos, talvez utilizando tecnologia ou cursos flexíveis, poderiam fechar a lacuna de habilidades de forma mais eficaz.

🧑‍🎓 Lições dos Sucessos na Alfabetização Juvenil

De forma encorajadora, os jovens brasileiros de 15 a 29 anos agora apresentam taxas de alfabetização muito mais altas, com 84% sendo considerados funcionalmente alfabetizados.

Esse progresso deve-se em grande parte aos investimentos públicos de longo prazo na educação básica e na escolarização inclusiva.

Esses sucessos oferecem modelos para o futuro.

Estratégias de educação de adultos poderiam adaptar métodos focados nos jovens, priorizando o engajamento do aluno, apoio contínuo e o desenvolvimento de habilidades relevantes.

🌱 Abordando as Lacunas Persistentes de Alfabetização em Todas as Idades

Enfrentar as lacunas persistentes de alfabetização em todas as faixas etárias não se resume apenas a ler e escrever—trata-se de expandir as oportunidades e a participação em todos os aspectos da vida brasileira.